segunda-feira, 26 de setembro de 2011

AS IMAGENS TAMBÉM TÊM VEZ E VOZ

 Coisas que não vemos todo dia, mas que estão cheias de sentido, de significado. FAÇA SUA LEITURA!!!!!!!





quinta-feira, 1 de setembro de 2011

NA VISÃO DE UM LETRADO

ESTAVA MAIS DO QUE NA HORA.....






Antonio Barreto

Cordel que deixou Rede Globo e Pedro Bial indignados

Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara/Bahia-Brasil.

Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente.

Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.

Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.

Vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado aproximadamente 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos.

Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões..

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BIG BROTHER BRASIL UM PROGRAMA IMBECIL.

Autor: Antonio Barreto, Cordelista natural de Santa Bárbara-BA, residente em Salvador.

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão 'fuleiro'
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, 'zé-ninguém'
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme 'armadilha'.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Da muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério - não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os "heróis" protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
"professor", Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mal exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso
Curtindo todas baladas:
Corpos "belos" na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos "emburrecer"
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto a poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês caros irmãos
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor
Que nós somos os culpados
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal.
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal.

FIM

Recebi por e-mail, vale a reflexão!!!!!!!!!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

UNIÕES/CASAMENTOS, EXISTE RECEITA PARA DAR CERTO?



Deixo aqui uma receita muito especial, digna de avaliação e consideração. Apreciem.....

... por Fernanda Montenegro

O modo de vida, os novos costumes e o desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está o macho da espécie humana.
Tive apenas 1 exemplar em casa, que mantive com muito zelo e dedicação num casamento que durou 56 anos de muito amor e companheirismo, (1952-2008) mas, na verdade acredito que era ele quem também me mantinha firme no relacionamento. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem os Homens!'
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da masculinidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:
1. Habitat
Homem não pode ser mantido em cativeiro.
Se for engaiolado, fugirá ou morrerá por dentro.
Não há corrente que os prenda e os que se submetem à jaula perdem o seu DNA.
Você jamais terá a posse ou a propriedade de um homem, o que vai prendê-lo a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente, com dedicação, atenção, carinho e amor.
2. Alimentação correta
Ninguém vive de vento. Homem vive de carinho, comida e bebida. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ele não receber de você vai pegar de outra. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã os mantém viçosos, felizes e realizados durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não o deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial. Portanto não se faça de dondoca preguiçosa e fresca. Homem não gosta disso. Ele precisa de companheira autêntica, forte e resolutiva.
3. Carinho
Também faz parte de seu cardápio – homem mal tratado fica vulnerável a rapidamente interessar-se na rua por quem o trata melhor. Se você quer ter a fidelidade e dedicação de um companheiro completo, trate-o muito bem, caso contrário outra o fará e você só saberá quando não houver mais volta.
4. Respeite a natureza
Você não suporta trabalho em casa? Cerveja? Futebol? Pescaria? Amigos? Liberdade? Carros? Case-se com uma Mulher. Homens são folgados. Desarrumam tudo. São durões. Não gostam de telefones. Odeiam discutir a relação. Odeiam shoppings. Enfim, se quiser viver com um homem, prepare-se para isso.
5. Não anule sua origem
O homem sempre foi o macho provedor da família, portanto é típico valorizar negócios, trabalho, dinheiro, finanças, investimentos, empreendimentos. Entenda tudo isso e apoie.
6. Cérebro masculino não é um mito
Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente não possuem! Também, 7 bilhões de neurônios a menos).
Então, agüente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração.
Se você se cansou de colecionar amigos gays e homossexuais delicados, tente se relacionar com um homem de verdade.
Alguns vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você.
Não fuja desses, aprenda com eles e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com as mulheres, a inteligência não funciona como repelente para os homens.
Não faça sombra sobre ele...
Se você quiser ser uma grande mulher tenha um grande homem ao seu lado, nunca atrás.
Assim, quando ele brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ele estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.
Aceite: homens também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.
A mulher sábia alimenta os potenciais do parceiro e os utiliza para motivar os próprios. Ela sabe que, preservando e cultivando o seu homem, ela estará salvando a si mesma.
E Minha Amiga, se Você acha que Homem dá muito trabalho, case-se com uma Mulher e aí Você vai ver o que é Mau Humor!
Só tem homem bom quem sabe fazê-lo ser bom!
Eu fiz a minha parte, por isso meu casamento foi muito bom e consegui fazer o Fernando muito feliz até o último momento de um enfisema que o levou de mim. Eu fui uma grande mulher ao lado dele, sempre.
Com carinho,
FERNANDA

terça-feira, 12 de julho de 2011

TECNOLOGIAS NAS ESCOLAS






Rozana e Juliana



O computador no processo ensino-aprendizagem

O computador e todas as outras tecnologias que a escola nos dispõe são importantíssimas, principalmente no processo ensino-aprendizagem. Nossos alunos, fora da sala de aula, estão a par de todas as novas tecnologias que surgem. E mais, sabem usar muito bem. Nós, enquanto professores, devemos fazer o mesmo. Se nosso planejamento insiste em ser tradicional, é óbvio que não teremos a devida atenção dos nossos alunos. Devemos aceitar o “novo” como um aliado à nossa tarefa de educar.
Ultimamente as escolas contam com os mais variados meios tecnológicos afim de melhorar o planejamento dos professores, mas para isso é necessário haver interesse por parte dos mesmos em buscar o conhecimento no que tange a essas tecnologias. O “novo” geralmente causa um certo estranhamento e com ele vem também a rejeição, muitas vezes é melhor ignorar a buscar a atualização, porém quem perde são os alunos que deixam de tirar proveito na escola e assim terem uma aprendizagem diferenciada e interativa que condiz com a atual realidade.
Sabemos que os alunos têm acesso à internet e às mais variadas informações e curiosidades que muitas vezes o professor até desconhece. Em sites relacionados a educação existe infinitos assuntos que despertam a curiosidade dos alunos como por exemplo: http://noticias.terra.com.br/educacao, o qual apresenta muitos assuntos, pesquisas científicas e até sobre questões para o vestibular.
No site Educarede encontramos um vídeo com o título Novas tecnologias: novos modos de ensinar, novos modos de aprender (disponível em http://www.youtube.com/watch?v=1iDhagwKvp0), que vem ao encontro de nossos anseios.

terça-feira, 10 de maio de 2011

BANHOS DE ENERGIA!!!!!!!!!





RENOVAR AS ENERGIAS

Em nosso dia-a-dia estamos sujeitos a ser abalados por energias ruins e estamos expostos a inveja de pessoas de nossa rotina.

Nem sempre as pessoas nos desejam todo mal, mas a energia da inveja vem de pequenas coisas também.

Às vezes até nossa simples felicidade de viver incomoda algumas pessoas que nos enviam energias negativas sem ao menos perceber.

Não custa nada rebater estando energizado(a).
BANHOS DE LIMPEZA OU ENERGIZAÇÃO

- Atrair dinheiro
7 galhinhos de salsa
7 cravos da Índia
7 pedacinhos de canela em pau
3 folhas de louro
1 pitada de noz-moscada
Ferver tudo em 1 litro de água. Guardar e jogar do pescoço para baixo durante o banho.

- Energético para o amor
Ferver em um litro de água durante 7 minutos:
7 pétalas de rosa branca
7 pétalas de rosa vermelha
7 colherinhas de óleo de amêndoas doce
7 gotas de óleo essencial de lavanda.
Deixe esfriar, coe e adicione 1 vidro pequeno de Seiva de Alfazema.
Colocar em um vidro e passar no corpo após o banho. Pode ser usado a dois.

- Limpeza áurica
Ferver um litro de água e colocar:
3 galhinhos de alecrim
3 galhinhos de arruda
1 colher de sopa de camomila
1 colherinha de café de sal grosso.
Desligar o fogo, tampar e esperar ficar na temperatura do corpo.
Depois do banho jogar do pescoço para baixo.

- Stress, fadiga e depressão
3 cravos da Índia
3 gotas de óleo essencial de lavanda
3 galhinhos de alecrim
7 galhinhos de arruda
7 pétalas de rosa branca
7 galhinhos de manjericão.
Ferver tudo 3 minutos, apague e deixe tampado até ficar na temperatura do corpo.
Jogar do pescoço para baixo.

- Eliminar energia negativa provocada por magia. (Fazer na lua minguante)
3 colherinhas de bicarbonato de sódio.
3 ramos de alecrim
3 ramos de arruda
3 ramos de hortelã
3 colherinhas de Tomilho.
Ferver tudo durante 3 minutos, coar, esperar ficar na temperatura do corpo.
Obs. Jogar inclusive na cabeça.
http://www.google.com.br/search?tbm=isch&hl=pt-BR&source=hp&biw=1572&bih=742&q=ERVAS+MEDICINAIS&gbv=2&aq=f&aqi=g10&aql=&oq=

quinta-feira, 5 de maio de 2011

NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA




REGRAS IMPORTANTES - (PARA CONCURSOS)
Regras importantes

PRONOMES DEMONSTRATIVOS=> Nos situam no tempo e espaço.
1ª pessoa => quem fala ESTE FUTURO PRÓXIMO OU PASSADO RECENTE
2ª pessoa=> quem ouve ESSE “ “
3ª pessoa=> de quem se fala AQUELE PASSADO REMOTO

COESÃO=> Ajudam ligar frases uma a outra formando um contexto frasal.

PRONOME INDEFINIDOS

EX. Eu comprei MUITOS casacos.
MUITOS= QUANTIDADE se refere a palavra CASACO

Ex. Eu vendi MUITO.
MUITO= INTENSIDADE ( passa a idéia de advérbio)

PRONOMES INTERROGATIVOS: (Mesma estrutura relativa) pronomes que introduzem uma frase interrogativa, circunstâncias de lugar, onde, como, quando.
INTERROGATIVA DIRETA => Tem o ponto de interrogação, tem idéia de pergunta. ex. QUEM disse isso?
INTERROGATIVA INDIRETA=> Ao contrário O pronome Relativo não introduz a frase interrogativa. ex. Diga-me QUE trabalho estão fazendo.

OBS: ONDE, QUANDO,COMO, PORQUE=> Podem ser advérbio interrogativo ou pronome relativo.

PRONOME SUBSTANTIVO está no lugar ou substituindo um nome.
ex. Nem TUDO está perdido. TUDO= pron.Indef. substantivo ( nem todos os bens) está...
CONETIVO, NEXO ORACIONAL OU CONETIVOS (CONJUNÇÕES)

NENHUM homem conseguirá convencê-la
NENHUM= Pron.adj. indefinido
HOMEM= SUBSTANTIVO

QUANTAS moedas vais oferecer? QUANTAS= PRON. ADJ. INTERROGATIVO( Fr.int.dir)

POUCO/POUCOS(AS)

EX. Ela estuda POUCO. POUCO= ADVÉRBIO (É invariável)

EX. Ele dispõe de POUCAS horas. POUCAS= PRON.INDEFINIDO (refere-se ao substantivo horas por isso é variável)

COMO VAIS? COMO=ADVÉRBIO INTERROGATIVO por causa da circunstância de modo

POR QUE voltaste? POR QUE = ADVÉRBIO ( DÁ IDÉIA DE CAUSA)

PRONOMES INTERROGATIVOS=> introduzem orações subordinadas e neste caso eles são conetivos com a mesma função de conjunção.

ex. Ele realmente está cansado
ELE => PRON. PESSOAL (SUJEITO)
REALMENTE=(DE VERDADE)=>ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO
ESTÁ=> VERBO DE LIGAÇÃO

EX. Ele trabalha muito.
Ele=> pron.pessoal
TRABALHA=> VERBO INTRANSITIVO
MUITO=> ADVERBIO DE INTENSIDADE ( QUANTO?)

EX. Ele é muito trabalhador.
ELE=> pron. pessoal( sujeito)
É=> VERBO DE LIGAÇÃO
MUITO=> ADV. INTENSIDADE
TRABALHADOR=> ADJETIVO

ex. Ele poderia trabalhar muito mais.
ELE=> Pron. pess. reto ( sujeito)
PODERIA=> verbo auxiliar dá concordância com sujeito
TRABALHAR=> Verbo principal
MUITO=> Adjetivo adverbial de intensidade
MAIS=> Adjetivo adverbial de intensidade

obs: MUITO e MAIS => os dois termos são advérbios e não LOCUÇÃO ADVERBIAL
MUITO se refere a Mais
MAIS se refere ao verbo trablahar.

ex. Neste instante => é uma locução adverbial , dá uma idéia de tempo.

PREPOSIÇÃO=> LIGA TERMOS DA MESMA ORAÇÃO
CONJUNÇÃO=> LIGA TERMOS DE ORAÇÃO DIFERENTE

EX.Ele comprou um livro de poesia.
DE= (Próprio de poesia) LIGA e passa a idéia de posse

ex. ELE tinha medo da solidão.
DA= preposição

CONJUNÇÃO NEXO ORACIONAL ORAÇÕES DIFERENTES

Ele disse que compraria um carro. – Oração subord. substantiva obj. direta

QUE=>NEXO CONETIVO pode ser: pron. interrogativo, pron. relativo, conjunção
QUE NESTE CASO, não é relativo porque não tem antecedente, não é interrogativo porque não é pergunta, é CONJUNÇÃO

EX. Não sei se se morre de amor.
NÃO=> Adj. adverbial de negação
(EU) Sujeito oculto
SEI=> VERBO
SE=> NEXO ORACIONAL CONJUNÇÃO
SE=>PRONOME OBLÍQUO, função indicativa de indefinição do sujeito
DE AMOR=> Locução ADVERBIAL DE MODO (de que forma morreu? de amor)

A CONJUNÇÃO atrai o pronome.

ex. PEDI AJUDA A UM HOMEM QUE PASSAVA NAQUELE MOMENTO.
Pedi ajuda a um homem/ oração sobord. substantiva objetiva direta
Que passava naquele momento. / Oração subord.adjetiva restritiva.

SUJEITO OCULTO (EU)
PEDI=> V.T.D.
AJUDA=>OBJETO DIRETO
HOMEM=> ESPECIFICANDO É RESTRITIVO
QUE=>NEXO ORACIONAL – pronome relativo
PASSAVA=>V.I
NAQUELE MOMENTO=> Locução adverbial de tempo.

ex. VOCÊ QUER AJUDA, E EU NÃO POSSO AJUDAR.
VOCÊ QUER AJUDA = oração coord. assindética (período comp. por coordenação)
E EU NÃO POSSO DAR. = oração coordenada sindética adversativa
VOCÊ= SUJEITO
QUER= V.T.D.
AJUDA= OBJ. DIRETO
E= NEXO ORACIONAL CONJUNÇÃO
EU= SUJEITO
OBS. usa-se vírgula por ter sujeitos diferentes nas frases.
VOU COMER LAZANHA E BANANA. Não tem vírgula é só um sujeito.




VERBOS

TER/VIR

ELE TEM ELES TÊM
ELE VEM ELES VÊM

DERIVADOS DESTES = RETER, CONTER, PROVIR

ELE PROVÉM ELES PROVÊM
ELE RETÉM ELES RETÊM
ELE CONTÉM ELES CONTÊM

VER => PROVER = PROVIDENCIAR, ABASTECER
VIR=> PROVIR= PROCEDÊNCIA DE ALGUM LUGAR.

DO VERBO VER - DERIVADOS

ELE VÊ ELES VÊEM

PROVER
ELE PROVÊ ELES PROVÊEM


VIR= PROVIR VER= PROVER
ELE – PROVÉM
ELES- PROVÊM ELE – PROVÊ
ELES – PROVÊEM

DO VERBO VIR – derivados
PROVIR
EU – provenho
TU- provéns
ELE – provém
NÓS- proviemos
VÓS- províeis
ELES- PROVÊM

ELE INTERVIU OU INTERVEIO? Intervir vem do VERBO “VIR”
ELE VEIO === ELE INTERVEIO

PRES. INDICARTIVO
PRET.PERF.
PRET.IMP.INDICATIVO

eu - intervenho
tu – intervéns
ele- intervem
nós- interviemos
vós- entrevíeis
eles- intervem
eu –intervi
tu – intervieste
ele- interveio
nós- interviemos
vós- interviestes
eles- intervieram
eu – intervinha
tu – intervinhas
ele- intervinha
nós- intervínhamos
vós- intervínheis
eles-intervínham
PRET. + Q.PERFEITO FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO
eu- interviera
tu- intervieras
ele- interviera
nós- interviéramos
vós- interviéreis
eles- intervieram eu- intervirei
tu- intervirás
ele- intervirá
nós – interviremos
vós – intervireis
eles- intervirão eu—interviria
tu – intervirias
ele- interviria
nós- intervíramos
vós- interviríeis
eles- interviriam


Obs. o verbo VIVER indicando estado É verbo de ligação. ex. O mundo vive sob tensão de guerra. ex. Vivo tenso. === verbo de ligação.

No sentido de residir é verbo intransitivo. ex. Eu vivo nesta cidade.

Ando feliz. = indica estado (VERBO DE LIGAÇÃO)
Ando rápido  Verbo intransitivo indica ação.

MUITO/MUITA

EX. Eu estou muito bem.
MUITO= ADVÉRBIO – CIRCUSTÂNCIA DE INTENSIDADE.
BEM= ADVÉBIO –CIRCUNSTância de modo ( modifica o verbo) Como eu estou? bem

ex. eu compro muitos livros.
muitos= pronome indefinido determina o substantivo “livros” de maneira vaga, não dá qualidade extra

MUITO ADVÉRBIO É SEMPRE INVARIÁVEL
MUITOPRONOME INDEFINIDO É SEMPRE VARIAVÉL

“DIA A DIA Quando for possível trocar por COTIDIANO é escrito com HIFEN
ex. O meu dia-a-dia é feliz. ( o meu cotidiano é feliz)

Quando der para substituir por DIARIAMENTE é sempre sem HIFEN
EX. Eu trabalho dia a dia. (Eu trabalho diariamente)

ME Será sempre complemento verbal
SE Objeto Direto e Objeto Indireto
O-A, OS, AS Objeto Direto
LHE Objeto Indireto





PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.

A)DERIVAÇÃO
PREFIXAL => ACRÉSCIMO DE PREFIXO
EX. BISAVÔ, PERCURSO, EPIDERME

SUFIXAl=> acréscimo de sufixo. ex. livraria, milharal, copeiro

PARASSINTÉTICA=> ocorre simultâneo o acréscimo do prefixo e sufixo, se tirarmos um pedaço da palavra ela perde o sentido. Não existe vergonhar, manhecer,mudecer
ex. emudecer, amanhecer, envelhecer.

PREFIXAL E SUFIXAL=> acréscimo de prefixo e sufixo ao radical MAS podemos retirar parte da palavra e sem perder o sentido.
ex. INFELICIDADE
felicidade – criou-se Infelicidade por prefixo
Infeliz => criou infelicidade por sufixo

DERIVAÇÃO REGRESSIVA OU IMPRÓPRIA
DERIVAÇÃO REGRESSIVA Redução da palavra primitiva ex. chorar=choro, ajudar=ajuda.

DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA A formação de uma palavra nova sem alterar a forma da primitiva, mas altera a classe gramatical.
ex. O monstro atacou (substantivo)
Houve um comício MONTRO (ADJETIVO)
HIBRIDISMO Palavras com radicais de outras línguas
ex. televisão tele= grego visão= latim televisão é uma palavra híbrida
astronauta=> grego+ latim
automóvel=> grego+latim
burocracia=> francês+grego
alcoômetro=> Árabe+grego

B)COMPOSIÇÃO
JUSTAPOSIÇÃO: EX. PASSATEMPO
AGLUTINAÇÃO: EX. AGUARDENTE

quarta-feira, 4 de maio de 2011

NÃO EXISTE DISCURSO IMPARCIAL




IMPLICATURA LINGUÍSTICA/(IM)PARCIALIDADE DISCURSIVA

“O DISCURSO E A IDEOLOGIA IMPLÍCITOS EM MANCHETES DO JORNAL ZERO HORA”

Parte da Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação – Especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira do Centro de Ciências da Educação Comunicação e Artes da Universidade da Região da Campanha – URCAMP – Campus de São Borja, como requisito parcial para a conclusão do curso – pós-graduada - Fátima Rozana Nascimento da Silva

As teorias relativas à semântica e à pragmática envolvem perspectivas não-referenciais da língua, ou seja, uma relação de interdependência das palavras, através de uma “rede de encadeamentos discursivos” (Ducrot 1998:17), carregados de ideologias, que abordam as condições externas à linguagem como, por exemplo, o ambiente e as condições de produção do discurso, o uso normativo pelos falantes de uma determinada língua, etc. OS LIMITES DA SEMÂNTICA E DA PRAGMÁTICA-Aline Soler Parra.
A partir deste capitulo mostraremos a construção discursiva desde seu pronunciamento/construção pelo locutor até seu efeito ao ser ouvida, assimilada pelo leitor/alocutário, ou seja, o resultado do processo de interlocução. O principal foco será a mídia jornalística. Para tal, com respaldo em teorias, buscamos mostrar na linguagem um sentido, não apenas literal, mas, principalmente, subentendido. O fator ideológico e histórico como influência na constituição dos sujeitos e do sentido do texto/discurso. Evidenciar a arte do dizer sem ter dito. Inteirando-se no sentido não apenas daquilo que está sendo dito, mas, sobretudo no porquê está sendo dito dessa forma e com que propósito, ressaltando assim, as influências históricas e ideológicas existentes nos discursos que vem sustentar nosso argumento no que se refere à imparcialidade discursiva.
…...........
H.P.Grice propõe, inicialmente, um exemplo que se tornou clássico. (A) e (B) estão conversando sobre (C). (A) pergunta a (B) sobre a situação de (C) no seu emprego. (B) responde: "Oh! muito bem, eu acho; ele gosta de seus colegas e ainda não foi preso". Um diálogo desse tipo, observa Grice, possibilita perceber, claramente, que há duas formas de significação distintas. A resposta de (B) diz que (C) está bem e ainda não foi preso e implica ou sugere que isso pudesse ter acontecido, tendo em vista que (C) é o tipo de pessoa que pode ceder às pressões do seu trabalho e fazer algo que o leve à prisão. É a partir desse contexto que Grice introduz os termos técnicos implicitar (implicate), implicatura (implicature) e implicitado (implicatum). Seu objetivo é organizar, ao redor deles, um sistema explicativo dessa significação que (A) e (B) podem entender mas que, efetivamente, não foi dita. É importante ressaltar, aqui, que Grice usa "dito" como o significado expresso pelo enunciado em termos literais ou, em outras palavras, como a proposição em seu valor semântico. ...
A Teoria Inferencial das Implicaturas: Descrição do Modelo Clássico de Grice http://www.pucrs.br/letras/pos/logica/implicat.html

A ÉTICA JORNALÍSTICA
O Código de Ética do Jornalismo que reproduzem os Cânones do Jornalismo, entre eles o de 1923 da Sociedade Norte-Americana de Editores de Jornais, valendo não somente pelo seu conteúdo, mas, sobretudo pelas suas feições históricas e pela profundidade de seus dispositivos, demonstrando como deve funcionar a imprensa numa democracia, estabelece que a função primária dos jornais é comunicar à raça humana o que fazem, sentem e pensam os seus membros. O jornalismo, por conseguinte, exige dos que o praticam maior amplitude de inteligência, ou conhecimentos, e experiências, bem como poderes naturais e exercitados de observações e raciocínio.
Entre outros termos importantes no cumprimento do Código de Ética do Jornalismo destacamos: Responsabilidade; Imparcialidade; Sinceridade, Veracidade, Exatidão; Equidade.
O item Responsabilidade diz que o direito que tem o jornal de atrair e conservar leitores só é limitado por consideração de bem-estar público. O emprego que faz o jornal da parcela de atenção pública conquistada serve para determinar-lhe o senso de responsabilidade, que partilha com todos os membros do seu quadro de funcionários. O jornalista que utiliza seu poder para qualquer propósito egoísta ou de modo indigno atraiçoa elevada confiança.

A Imparcialidade jornalística diz que a prática sadia estabelece clara distinção entre a exposição de notícias e a expressão de opiniões. A exposição de notícias deve ser isenta das opiniões ou pré-disposições de qualquer espécie. Esta regra não se aplica aos chamados artigos especiais, inequivocamente destinados à defesa de uma tese ou caracterizados por uma assinatura que autorize as conclusões e a interpretação do autor.

Diz respeito à Sinceridade, Veracidade e Exatidão, que a boa fé com o leitor é o fundamento de todo o jornalismo digno desse nome. Por todas as considerações de boa fé, um jornal é obrigado a ser verídico. Não se justifica a falta de escrúpulo ou de exatidão sujeita ao seu controle, nem a capacidade de obter o domínio dessas qualidades essenciais.
As manchetes devem ser plenamente confirmadas pelo conteúdo das matérias que ensinam.
A Equidade prega que o jornal não publicará acusações não oficiais que afetam a reputação ou caráter moral sem dar ao acusado a oportunidade de ser criativo; a prática correta exige que se dê essa oportunidade em todos os casos de acusação séria fora dos trâmites judiciais.
O jornal não abordará os direitos ou sentimentos particulares sem uma segura garantia do direito público, distinto da curiosidade pública.

É privilégio do jornal, como é sua obrigação, fazer pronta e completa correção dos próprios erros sobre fatos ou opiniões, sejam quais forem suas origens.

SUSTENTAÇÃO TEÓRICA - A DIFERENÇA ENTRE
RETÓRICA E PERSUASÃO

Para Aristóteles (filósofo grego) existe diferença entre retórica e persuasão. A retórica, vista por ele, como algo de ciência: “é um corpus com determinado objeto e um método verificativo dos passos seguidos para se produzir persuasão”. Não caberia a retórica atitude ética, pois seu objetivo não é o de saber se algo é verdadeiro ou não, mas sim, analítica – cabe a ela verificar quais os mecanismos utilizados para fazer algo ganhar dimensão de verdade. Retórica para Aristóteles é a faculdade de ver teoricamente o que, em cada caso, pode ser capaz de gerar persuasão.
Através da Retórica revela-se a persuasão, por isso é analítica, permite-nos descobrir o que é próprio para persuadir. A retórica não é ética porque não entra no mérito do que está sendo dito, mas no como aquilo que está sendo dito é eficiente, isto é, dominar o processo, as formas, as instâncias, os modos de argumentar.
A QUESTÃO DOS IMPLÍCITOS
Os implícitos visto como estratégias de expressar a ideologia, funcionam como marcas limitadoras entre o dizer e o não dizer.
Os implícitos funcionam como marcas ideológicas que nos possibilitam identificar determinadas ideologias a que o texto/discurso está ancorado. Assim sendo, definimos Implícitos de acordo com a teoria de Ducrot.

Modos de expressão implícita que permitem deixar entender sem incorrer na responsabilidade de ter dito. [...] Ora se tem frequentemente necessidade de dizer certas coisas e ao mesmo tempo de poder fazer como se não as tivéssemos dito, de modo tal que se possa recusar a sua responsabilidade. O não dito remete ao dito, tem com ele uma relação de dependência para significar (DUCROT, 1972, p. 9-15).

2.4 CONCEITO DE IDEOLOGIA
Para chegarmos a um conceito de Ideologia percorremos um trajeto que iniciou na cultura grega, especificamente com o pensamento filosófico grego e suas preocupações no que se refere a Movimento.
Os gregos entendiam por movimento:
Toda mudança qualitativa de um corpo qualquer (por exemplo, de uma semente que se torna árvore, uma alteração de cor, um animal que adoece.)
Toda mudança quantitativa de um corpo (por exemplo, um corpo que aumenta o diminui seu corpo, um corpo que se divide em outros menores etc)
Toda mudança de lugar ou locomoção de um corpo qualquer( por exemplo a trajetória de uma flecha, o deslocamento de um barco, a queda de uma pedra etc)
Toda a geração e corrupção dos corpos, isto é, o nascimento e o perecimento das coisas e dos homens.

Movimento para o grego significa, portanto, toda e qualquer alteração de uma realidade seja ela qual for. Daí o fato de conceituar Ideologia como o movimento, o curso, o percurso das ideias influenciando e sofrendo influências de acordo com o meio em que o homem está inserido.
A história não é uma sucessão de fatos no tempo, não é progresso das ideias, mas o modo como homens determinados em condições determinadas criam os meios e as formas de sua existência social, reproduzem ou transformam essa existência social que é econômica, política e cultural. ((CHAUÍ, 1997, p. 27,28 e 29).
O sentido pejorativo dos termos Ideologia e Ideólogos veio de uma declaração de Napoleão que, num discurso ao Conselho de Estado em 1812, declarou: “Todas as desgraças que afligem nossa bela França devem ser atribuídas à Ideologia, essa tenebrosa metafísica que buscando com sutileza as causas primeiras, que fundar sobre suas bases a legislação dos povos, em vez de adaptar as leis do conhecimento do coração humano e às lições da história.” Com Isto Bonaparte invertia a imagem que os Ideólogos tinham de si mesmo: eles que se consideravam materialistas, realistas e antimetafísicos, foram chamados de tenebrosos metafísicos, ignorantes do realismo político que adapta as leis ao coração humano e as lições da história.
O curioso é que a acusação de Bonaparte é infundada com relação aos Ideólogos Franceses, não o seria se se dirigisse aos Ideólogos alemães, criticados por Marx. Ou seja, Marx conservará o significado napoleônico do Termo: o Ideólogo é aquele que inverte as relações entre as idéias e o real. Assim, a Ideologia, que inicialmente designava uma ciência natural da aquisição, pelo homem, das idéias calcadas sobre o próprio real, passa a designar, daí por diante, um sistema de idéias condenadas a desconhecer sua relação real com o real (CHAUÍ,1997, p. 26 e 27).


IDEOLOGIA E REALIDADE
Com o início do novo milênio, a América pode verificar seu futuro segurado na democracia. A abertura política ganhou espaço. Os cidadãos estão mais conscientes de seus direitos. Eleições periódicas, governos, parlamentos, partidos políticos, sindicatos, associações e grupos sociais das mais diversas índoles refletem, mais do que qualquer outra época da nossa história, as aspirações da população.
Na execução democrática várias conquistas alcançadas geram otimismo, porém, aconselham também prudência. A crise das instituições, as desigualdades, o atraso, as decepções transformadas em intransigências, a procura de receitas simples, a incompreensão sobre o estilo do processo democrático e as pressões setoriais são uma ameaça ao que até aqui conquistamos. Representam ainda obstáculos potenciais para esse avanço. Devido a isso, é dever de todo o ser humano configurar a vigência das liberdades públicas e os direitos humanos.
A prática democrática deve refletir-se em instituições modernas, representativas e de respeito; mas deve também nortear a vida cotidiana. A democracia e a liberdade, ícones indissolúveis, só nascerão com força e seguridades se tiverem suas raízes nos homens e mulheres de nosso continente.
Sem a prática diária desses ícones, os resultados serão previsíveis: lastima-se a vida individual e social, restringe-se a interação das pessoas e grupos, distorce-se o progresso material, detém-se a possibilidade de mudança, desvirtua-se a justiça, o desenvolvimento humano transforma-se em simples ficção. A liberdade é uma, embora múltipla em suas manifestações: pertence aos seres humanos, não ao poder.
Acreditamos na força criadora de nossos povos e temos a certeza de que nosso princípio e destino têm que ser a liberdade e a democracia. Acreditar na sua manifestação mais aberta e direta, sem a qual o exercício democrático não existiria nem se reproduziria: a liberdade de expressão e de imprensa por qualquer meio de comunicação.

Somente por meio da livre expressão e circulação das idéias, da busca e difusão das informações, da possibilidade de indagar e questionar, de expor e reagir, de coincidir e reagir, de publicar e transmitir, é possível manter uma sociedade livre. Apenas mediante a prática destes princípios, será possível garantir aos cidadãos e grupos seu direito de receber informação imparcial e oportuna capaz de possibilitar buscar respostas para os grandes problemas coletivos, criar consensos, permitir que o desenvolvimento beneficie a todos os setores, exercer justiça social e prosseguir na obtenção da equidade.
Garantir a amplitude da democracia é estendê-la a todos independente de poder político, social, econômico ou religioso, outrossim é cumprir com as regras fundamentais de divulgação e transmissão das informações refletindo o compromisso com a veracidade e fidelidade dos fatos.
FUNÇÃO DA IDEOLOGIA
A linguagem é uma forma de atividade e, assim sendo, deve ser encarada como uma atividade em geral, e, mais ainda, como uma atividade humana que possui ação verbal voltada para a motivação e um conjunto de operações próprias do sistema linguístico. Um dos mecanismos que nos possibilitam chegar ao sentido de um texto/discurso são os implícitos.

A teoria da enunciação diz que não basta nos preocuparmos com o sentido como resultado dos enunciados efetivamente produzidos pelos falantes de uma língua: é necessário considerar, ao mesmo tempo, a enunciação ou seja, o fato único e nunca repetido de produção do enunciado. Isto devido às condições de produção como: tempo, lugar, papéis de representação dos interlocutores, imagens, objetivos almejados pelos interlocutores que interferem na constituição do sentido do enunciado.

A evidência da transparência da linguagem é um efeito ideológico. Devemos considerar o processo de constituição do sujeito e a materialidade do sentido. A evidência do sujeito, ou seja, sua identidade resulta da interpelação oriunda da ideologia que produz um sujeito de direito (jurídico) determinado por condições externas. A evidência do sentido, embora pareça evidente, pode não ser exatamente aquilo que estamos vendo, mas o que está por trás, nas chamadas “entrelinhas”. Daí o fato de dizer que o sentido esconde seu caráter material, a historicidade de sua construção.
Concluímos então que o sujeito não é o centro do sentido e que as várias posições que o sujeito ocupa dispersão definirá a sua formação discursiva por estar atrelado a sua formação ideológica. Mudou a formação ideológica, muda a formação discursiva. A Formação Discursiva, como princípio regulador, traz posições diferentes de sujeito e de Ideologia.

Poderíamos dizer que a função da ideologia é externar as múltiplas vozes, os múltiplos discursos porque através dela chegaríamos a uma possível interpretação do sentido. Nos possibilitaria a percepção de que não existe imparcialidade, não existe texto homogêneo. Cada ideia explícita ou implícita traz uma procedência ideológica que interfere na Formação Discursiva e, consequentemente, vem refletir no sentido.
Para Pêcheux,
o discurso é o efeito de sentido entre os locutores. Compreender que o sentido não está (locado) em lugar nenhum, mas se produz, nas relações: dos sujeitos dos sentidos e isto só é possível, já que sujeito e sentido se constituem mutuamente, pela sua inscrição no jogo das múltiplas formações discursivas (ORLANDI, 1995, p.20).

A Análise do Discurso não trata da língua. Ela trata do discurso. E a palavra discurso, etimologicamente, tem em si a ideia de curso, de movimento, de correr por, de percurso. O discurso é assim palavra em movimento, prática de linguagem: com o estudo do discurso observa-se o homem falando.
Na Análise do Discurso procura-se compreender a língua fazendo sentido, enquanto trabalho simbólico, parte do trabalho social geral, constitutivo do homem e da sua história (ORLANDI - 2000, p.15). Através dele reconhece-se melhor aquilo que faz do homem um ser especial com capacidade de significar e significar-se.

Levando em conta o homem na sua história, considera os processos e as condições de produção da linguagem, pela análise da relação estabelecida pela língua com os sujeitos que falam e as situações em que se produz o dizer.

Discurso então, é visto como uma unidade de significação, é o lugar mais adequado para se observar o fenômeno da linguagem. O que faz do texto um discurso é o estudo linguístico a partir das condições de produção, que representam o mecanismo de situar o sujeito.

A linguagem contém a língua, os movimentos, as formas, as cores, os traços, os sons e porque não dizer, os silêncios. É simbólica. Sempre é significadora pelo funcionamento.

A linguagem articulada da qual fazem parte os traços, os sons e os silêncios, não é um efeito ou uma manifestação da própria língua ou do sujeito, mas é constitutiva, pois nem a língua nem o sujeito se constituem sem a linguagem. A linguagem é social porque se constitui no movimento histórico, no espaço das práticas sociais.
O assujeitamento corresponde ao movimento de interpelação dos indivíduos por uma ideologia, condição necessária para que um indivíduo torne-se sujeito do seu discurso ao, livremente, submeter-se às condições impostas pela ordem superior estabelecida, embora tenha a ilusão de autonomia. Se o sujeito se constitui pelo assujeitamento é pelo sujeito que a ideologia torna-se possível já que, ao entendê-la como prática significante, concebe-se a ideologia com relação entre sujeito, língua e história na produção dos sentidos (ORLANDI, 1999). “Não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia” (ORLANDI - 2001.p.17) e é assim que a língua faz sentido.
TEORIA DOS IMPLÍCITOS, PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS
Um dos mecanismos discursivos que fornecem pistas sobre a ideologia são os implícitos. Através de sua leitura poderemos chegar às determinações ideológicas a que eles nos remetem.
A análise dos implícitos nos discursos é um saber que consiste em considerar o que é dito de um discurso e o que é dito em outro, o que é dito de um modo e o que é dito de outro, procurando escutar o não-dito naquilo que é dito, como uma presença de uma ausência necessária. Isso porque só uma parte do dizível é acessível ao sujeito, pois mesmo o que ele não diz significa em suas palavras, e como diz Coutrine, (1984), “fala uma voz sem nome” (ORLANDI – 2001 p.34). Portanto a materialização da ideologia acontece pela linguagem; é aquilo que se esconde nas palavras, mas é explicitado nas situações de linguagem, permitindo a identificação de um determinado espaço social ocupado por um sujeito que ocupa certa posição, habilitando-o a dizer ou não querer dizer determinadas coisas.
Todos os textos apresentam explicitamente certas informações e, ao mesmo tempo, transmitem outras de maneira implícita. Informações implícitas são aquelas que o texto parece não dizer, mas diz. O leitor precisa, para compreender bem o sentido de um texto, entender tanto o que é afirmado de modo explícito, quanto o que é dito implicitamente. “Um bom leitor é o que sabe ler nas entrelinhas, pois, se não o fizer, corre o risco de não apreender exatamente o que se quis dizer ou de concordar com pontos de vista que, tornados explícitos, rejeitaria” (FIORIN - 1995, p. 327).
Os pressupostos são informações implícitas, que decorrem logicamente do sentido de alguma palavra ou expressão presente no texto. O uso adequado dos pressupostos é muito importante, porque esse mecanismo linguístico é um recurso argumentativo, uma vez que visa levar o leitor ou o ouvinte a aceitar certas ideias. Com efeito, introduzir no discurso um dado conteúdo sob a forma de pressuposto implica tornar o interlocutor cúmplice de um dado ponto de vista, pois ele não é posto em discussão, é apresentado como algo aceito. Mesmo a negação das informações explícitas contribuem para corroborá-la. Se alguém diz: João deixou de beber. Diz explicitamente que atualmente ele não bebe e implicitamente que bebia antes. Se o interlocutor negar a informação explícita, ainda assim estará admitindo o pressuposto. A pressuposição acontece para que outra situação ocorra, algo lógico. Se disser: Pedro sentou, pressupõe-se anteriormente que ele estivesse em pé.

Dentro da teoria da argumentação ao definir as significações explícitas e implícitas mostra que a língua nem sempre é um objeto transparente. Ela pode se constituir num lugar que se configura por ocultamentos, resistências, negligências, camuflagens, ambiguidades ou ainda enfrentamentos. Trabalha a ideia que diz que nem sempre os sentidos são decorrentes da mais pura realidade, ou seja, mesmo nas sociedades mais liberais, há certos termos protegidos por uma espécie de lei do silêncio, pois nem sempre podemos dizer tudo o que queremos porque corremos o risco de sermos excluídos, amados, odiados, etc.

A teoria dos implícitos nada mais é do que estratégias de argumentação em que o falante busca uma maior isenção de responsabilidade sobre o conteúdo das falas proferidas, pois afinal, somente aquilo que é dito pode ser contradito.

Na tentativa de descrever como funciona a questão da significação na linguagem verbal Ducrot isola dois grandes conjuntos de conhecimento: o componente linguístico e o componente retórico.
Ao componente linguístico cabe a função de descrever as significações dos enunciados, independentemente das situações comunicativas em que os enunciados ocorrem, ou seja, as palavras já possuem significados pré-estabelecidos pela linguagem, pertencem antes de tudo, ao componente linguístico. Citamos o exemplo: José parou de assinar a revista Veja.
Pressuposto 1=> José lê revistas.
Pressuposto 2=> José era assinante da revista Veja.
A língua garante o sentido, ou seja, pela estrutura independente do que acontece. O pressuposto funciona como base na constatação de que existe um repertório imenso de palavras que por si só vinculam significações implícitas.
O componente retórico se ocupa em descrever os sentidos dos enunciados a partir das situações de comunicação em que os mesmos são proferidos (entra no plano discursivo). É o lugar dado aos acontecimentos dependentes da exterioridade, é denominado Subentendido porque não se limita à estrutura, à forma, mas à exterioridade.
Retomando o exemplo citado acima. José parou de assinar a revista Veja. Ao incluirmos a informação (conhecimento) de que José havia sido demitido da empresa onde trabalhava, temos condições de saber o que está subentendido.

Subentendido:1 – Parou de assinar a revista por estar desempregado.
Subentendido:2 – Por não ter condições de pagar a assinatura da revista.
NO UNIVERSO DA MÍDIA JORNALÍSTICA
O DISCURSO E A IDEOLOGIA IMPLÍCITOS EM
MANCHETES DE ZERO HORA
Nosso planeta está cada vez menos seguro, e menos livre. Discute-se o significado do conceito de liberdade e do que é ser livre em países cada vez mais violentados por inimigos globais: o terrorismo, a ausência de democracia, o narcotráfico e a guerra.
Os Estados Unidos responsável pela contestação ideológica eleva o grau de insegurança no mundo. Seu poder agride cada vez mais os direitos individuais, valores mais altos se sobrepõe à soberania de um Estado.
Quanto mais lemos e escutamos sobre esses assuntos, mais impotentes nos sentimos frente à força política que há em países como os Estados Unidos. Essa força, esse poder de dominação chega até nós pelos meios de comunicação. O jornal é um importante transmissor dessa doença contagiosa que penetra nos educandários, nas famílias e em toda a sociedade. A forma como chega até nós a notícia, a informação, traz significação que desconhecemos, propósitos obscuros resultantes de uma ideologia dominante.
Exaltar, um país, uma nação, um poder político e ao mesmo tempo expor ao nada, reduzir ao pó um outro são estratégias para mostrar as faces do poder que cresce com o auxílio da mídia.
Provocar reações militares, inflamar o ódio, reduzir a liberdade, exterminar a segurança interna, esses também são terrorismos, mas terrorismos gráficos resultantes de ideias organizadas que mexem com a opinião das pessoas, mais ainda, sem que elas percebam.
A ARTE DO DIZER SEM TER DITO
A linguagem utilizada pelo jornal Zero Hora não se constitui de maneira alguma ingênua e sem intenções pré-determinadas e bem definida. É possível que exista todo um empenho a persuadir seus leitores a aceitarem como verdade às noticias publicada no jornal. As proposições veiculadas Tendem a se constituir de forma marcante justamente para ocasionarem um efeito de verdade incontestável.
Seria interessante questionar a causa de, para quem o editor ou jornalista, ser mais interessante utilizar-se do recurso do implícito nas suas manchetes. Talvez pudéssemos dizer que muitas coisas que os editores querem fazer-nos crer sejam verdadeiras não o sejam de fato e, dizendo de maneira implícita, o editor não se compromete com o que deixa implícito. É o destinatário que deve preencher a lacuna criada pelo implícito, o que permite ao locutor a possibilidade de até negar o implícito, se for o caso.
A INFLUÊNCIA POLÍTICO-SOCIAL
Podemos dizer que o sentido daquilo que se diz não existe em si, mas é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio-histórico em que as palavras são produzidas. As palavras mudam de sentido segundo as posições daqueles que as empregam.
A formação discursiva se define como aquilo que numa formação ideológica dada – ou seja, a partir de uma posição dada em uma conjuntura sócio-histórica dada - determina o que pode e deve ser dito.
No jornal Zero Hora o sujeito diz algo que se inscreve em uma posição discursiva que configura a postura ideológica conservadora da direita, dos capitalistas, dos que detém o poder, daí o sentido do que se diz estar mostrando um traço ideológico dominante, excludente. A linguagem e a ideologia se articulam, se afetam em sua relação recíproca e assim permitem-nos descobrir qual ideologia ressalta-se na mídia, seja explicita ou implicitamente.

Submetendo o sujeito mas ao mesmo tempo apresentando-o como livre e responsável, o assujeitamento se faz de modo a que o discurso apareça como instrumento (límpido) do pensamento reflexivo (justo) da realidade. Na transparência da linguagem, é a ideologia que fornece as evidências que apagam o caráter material do sentido e do sujeito. É ai que se sustenta a noção de literalidade: o sentido literal, na concepção linguística imanente.... No entanto, se levamos em conta, como na Análise do Discurso, a ideologia, somos capazes de apreender, de forma crítica, a ilusão que está na base do estatuto primitivo da literalidade: o fato de que ele é produto histórico, efeito de discurso que sofre as determinações dos modos de assujeitamento das diferentes formas-sujeito na sua historicidade e em relação às diferentes formas de poder (ORLANDI, 2002. p. 51,52).

A hegemonia norte-americana, tecnográfica, financeira, econômica e política estão em todos os jornais e meios de comunicação de massa do mundo inteiro, tem nas mãos o poder da mídia. Assim sendo é possível estabelecer critérios transcendentes pelo qual uma cultura possa ser julgada superior a outra. Esquece-se de que todas as culturas são epistemológica e antropologicamente equivalentes, pois pertencem todas à mesma humanidade.

Os Estados Unidos representa hoje a cultura dominante. O capitalismo reina sozinho no mundo, a polarização de ideias liberais (neoliberalismo) é o que se opõe Estados Unidos em guerra com países orientais. Para vencer é necessário encontrar a nova ética mundial que propõe nova política, a arte de administração do bem comum. Para o mundo se propõe a ideia de que vencem os mais competentes, dedicados na luta pela mercantilização do mundo, já que tudo virou mercadoria e o capital financeiro é o que faz girar a ciranda financeira.
Na visão de Ducrot é separado aquilo que deriva propriamente da instância da linguagem (pressuposto) daquilo que se dá em contexto (subentendido). Se dissermos Deixamos de votar o pressuposto é que votávamos antes, ou seja, não posso dizer que deixamos de votar se não votávamos antes. O posto (o dito) traz consigo necessariamente esse pressuposto (não dito, mas presente). Mas o motivo, por exemplo, fica como subentendido. Pode-se pensar que é porque estamos desacreditados na política, nos partidos etc. O subentendido depende do contexto. Não pode ser asseverado como necessariamente ligado ao dito embora o não-dito seja subsidiário ao dito. De certa forma, o complementa, acrescenta.

ANÁLISE DAS MANCHETES
Manchete 01 (Zero Hora, 12.04.2003, capa)

EUA CAÇAM 52 LÍDERES IRAQUIANOS


O termo “CAÇAM” compara os iraquianos a animais, ou seja, estão sendo capturados iguais a animais de caça.
Pressupomos que estas pessoas que estão sendo caçadas, na visão deste editor, não tenham valor humano. Não importa o que possa acontecer para se alcançar o objetivo.
Subentende-se aqui, a força avassaladora dos Estados Unidos no combate, no poder bélico disponível bem como toda a estrutura humana posta a seus serviços.

O jornal Zero Hora passa a ideia ao leitor de que o EUA é insuperável, inatingível e que tudo pode, inclusive definir o que deve e não deve ser dito na imprensa.

Manchete 02 (Zero Hora, 12.04.2003, p. 08)

Só a anarquia reina no Iraque.


Com a palavra ANARQUIA, em destaque, o jornal Zero Hora exalta a degradante situação política em que se encontrava, naquele momento, o Iraque. Deixa implícito que o responsável por tudo isso é o Estados Unidos, mas, não diz, passa a ideia do caos, do desgoverno, mas em momento algum cita os Estados Unidos como responsável.
Deixa subentendido que o Iraque necessita dos EUA para superar a anarquia para o país ter soberania e dignidade.
Considerando o topo/exterioridade, destacamos o operador argumentativo que apresenta como valor semântico de conclusão a palavra só. Passa-nos a ideia de desvalorização da ordem, sugere especificação da desordem, do desgoverno. No caso só a anarquia, na rede de filiação do sentido a relação desenhada pela Ideologia, mostra o compromisso desse dizer com a memória do fascismo, com um efeito de que os locutores podem até mesmo desconhecer, mas que está lá com sua eficácia.

Manchete 03 (Zero Hora, 06.04.2003, p. 06)

Os desafios do mundo pós-saddam


Nesta chamada percebe-se a força semântica da palavra desafio utilizando um tamanho maior de letra e também com recurso negrito para ressaltar a cor, com isso destaca as diferentes naturezas com que se configura a prática discursiva. O sujeito narrador vem implicitamente afirmar que reestruturar o Iraque não é um desafio do mundo e sim dos EUA, são eles que o destruíram, são eles que têm interesses peculiares nas riquezas do Oriente.
Não nos cabe discutir o modelo político implantado por Saddam, nem as divergências com seu povo, mas sim como a imprensa é dominada por essas forças aterradoras como é a dos EUA, em mostrar que quer e que pode ter nas mãos qualquer nação, ainda que para isso extermine a espécie humana.

Manchete 04 (Zero Hora, 13.04.2003, capa)

ATÉ ONDE VÃO OS EUA?
A invasão do Iraque abre caminho para novas ações americanas.

As previsões que desmoronaram junto com o regime Saddan.

Militar americana resgatada vira símbolo de supremacia dos EUA.




Estas manchetes, de capa, externam de todas as formas o poderio incontestável dos EUA. Na primeira chamada “Até onde vão os EUA?”, os termos até onde remete o leitor para algo que está oculto e aparece uma ideia de limite máximo que por tratar-se de uma questão, deixa implícito exatamente o contrário, que não existe limite, ou seja, ninguém pode pressupor até onde pode chegar a ousadia dos Estados Unidos. Uma espécie de persuasão que mexe com a emoção.
Acreditamos ser interessante mencionarmos a fotografia que ilustra as manchetes, então destacamos uma gigantesca estátua em que figura uma mão que segura uma espada. A intenção do editor do jornal, com esse propósito, é mostrar o grande potencial de luta e força iraquiana sendo ruída por uma força ainda maior que é os EUA. Deixa subentendido com isso que não existe barreiras que os EUA não possam ultrapassar, por mais organizado, temido que seja a nação, o povo, ele é capaz de combater.

A imagem que foi constituída por esse locutor é uma espécie de materialização de uma voz que fala por si só, que traz implicitamente toda uma memória histórica e ideológica.

Destacamos também as duas chamada que se configuram paralelamente “As previsões............regime Saddam. e Militar americana ...... símbolo dos EUA.”
São frases que servem para evidenciar a argumentação discursiva de que o jornal Zero Hora sempre procura estabelecer paralelos de força, de poderes, neste caso, sempre exaltando e enobrecendo os atos dos EUA.
apresentamos também a influência de dominação da mídia pelos EUA constatados na forma com se configura o discurso presente nas manchetes que noticiam a guerra entre os Estados Unidos e o Iraque.

Através da análise das manchetes percebeu-se que o jornal Zero Hora não é tão imparcial quanto pretende ser e que procura convencer o leitor deixando sempre implícita a ideia que exalta o poderio dos EUA, e reduz ao pó a nação iraquiana.
O estudo realizado sobre os implícitos em discursos verbais teve como base teórica principal a Análise de Discurso de Eni P. Orlandi e a teoria de Oswaldo Ducrot em O Dizer e o Dito. Essa no que diz respeito ao uso de implícitos, em especial os pressupostos e, aquela à questão do discurso, sujeito e ideologia, implicados nas manchetes de Zero Hora. Conseguiu-se mostrar a importância de seu bom uso como forma de entendimento do discurso e os implícitos nele implicado.

Podemos constatar que os leitores que se guiam somente pelo dito para elaborar suas compreensões e percepções seguirão o que o jornal procura passar. Outros leitores que, ao contrário, procuram estabelecer uma leitura mais aprofundada chegarão a conclusões diferentes. Entre aqueles que conseguem aprofundar a leitura estão os que utilizam recursos como a leitura dos implícitos, deixando clara a importância dessa ferramenta na leitura de manchetes jornalísticas. É através dos vários recursos de linguagem que o leitor constrói o sentido de uma manchete. Logo, quanto mais o leitor conhece e sabe expor esses recursos, mais consegue entender o que lê.
A questão do sentido deve ser tratada como uma questão enunciativa em que a enunciação seja vista historicamente, pois a significação é histórica, não no sentido temporal, historiográfico, mas no sentido de que uma significação é determinada pelas condições sociais de sua existência. Sua materialização é esta historicidade. A construção desta concepção de significação se faz para nós na medida em que consideramos que o sentido deve ser tratado como discurso e definido a partir do conhecimento enunciativo.
O discurso é efeito de sentido entre locutores, é o lugar de contato entre língua e ideologia. O inter-discurso é a relação de um discurso com outros discursos, ou seja, é o conjunto do dizível , histórica e linguisticamente definido, deste modo o enunciável (o dizível) é um já dito e, como tal, é exterior à língua e ao sujeito. As formações discursivas são diferentes regiões que recortam o inter-discurso e que refletem as diferenças ideológicas, o modo como as posições dos sujeitos, seus lugares sociais ai representados, constituem sentidos diferentes.
Transpor esse entrelaçamento de ideias que configuram um texto é estar consciente de toda essa trajetória que o sentido percorre para se definir. É perceber que a língua está exposta à não completude, à falha, ao engano.
A principal conclusão a que chegamos, entretanto, é que nenhum sentido se constrói ou é possível sem o conhecimento histórico e ideológico por parte dos leitores. É esse conhecimento que faz com que se identifiquem características, detalhes, particularidades que se ligam ao que já conhecem e vivem em seu contexto referencial. Sem esse conhecimento, nunca haverá um elo de ligação com a ideologia implícita no discurso que o jornal veicula em suas manchetes.
Podemos depreender, portanto, deste estudo o quanto é necessário para o leitor dominar a técnica dos recursos implícitos para compreender não somente o texto, mas as intenções do autor.
Importante também ressaltar a importância do jornal Zero Hora, como fonte da heterogeneidade linguística, rica para análise e enriquecedora para o estudante de línguas uma vez que possibilita aprender a aprender ler.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAUÍ, Marilena. O que é Ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1997.
DUCROT, Oswald. O Dizer e o Dito. Campinas: Pontes, 1987.
KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela linguagem. 3 ed. São Paulo: Contexto, 1997.
ORLANDI, Eni Puccineli. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. 4 ed. Campinas: Pontes, 1995.
________. Análise de Discurso. Princípios & procedimentos. 4 ed. Campinas: Pontes, 2002.
________. As formas do silêncio. Campinas UNICAMP, 1993.