terça-feira, 12 de abril de 2011

REVIVENDO O PASSADO



Valorizando o passado
        
         Viver a infância junto à natureza, campo, açudes, barragens, sangas, coxilhas; próxima também aos animais é sem dúvida nenhuma a forma mais saudável da formação da personalidade de uma criança. Tive esse privilégio. Ainda busco em minha memória, flashes desses momentos, principalmente quando sinto falta da companhia das pessoas como meus avós, ou mesmo de estar presente naqueles lugares.
         Recentemente, estive em uma das antigas fazendas do vovô, hoje pertencente a um dos tios.
          Reviver situações cotidianas me transportaram no tempo. Pela manhã, acordei escutando a  mãe falando com a outra minha irmã. Dizia ela empolgadíssima: “Venha logo, venha ver o raiar do dia, olha que barra vermelha surgindo no topo da coxilha anunciando o sol que vai ser lindo hoje”.
         Toda essa cena constrastava com a imagem criada na minha imaginação associada ao berro constante dos terneiros que, lamentavelmente, tiverem de ser desmamados na noite anterior, ficando isolados em potreiros distantes de suas amadas mães.
         Ossos do ofício, normas milenares, cultura campeira enfim, tudo que se possa justificar tamanha crueldade com os bezerros, mas o tempo deles junto as suas mamães estava acabado. Era chegada a hora de sobreviver por si só, dando chance a elas de recuperarem o peso embora também sofrendo com a separação dos filhos.
         Enquanto eu tentava acordar totalmente, ia construindo a imagem da cena lá fora, os berros dos terneiros, das vacas também   se escutava, das ovelhas, todas com filhotes e passando próximo da casa, um galo canta rente a minha janela, assustando-me. Como quem diz: Tu não vês que o dia já amanheceu?
         Tudo tão típico dos velhos tempos dos avós. Ainda os vejo, na imaginação o vovô e a vovó na lida desde cedo. Todos sabemos que é árdua a lida campeira, entretanto prazerosa e inesquecível.
         Nesse dia, até um cordeirinho recém nascido, pude pegá-lo ao colo, que sensação indescritível, aquele cheirinho, aquela lá sem contar o desespero da ovelha mãe, próxima a min sem saber o que eu poderia fazer com seu filhote. Esses acontecimentos, que se pode considerar bobo, sem importância, mas que para mim foi imensamente gratificante e jamais esquecerei....

incompleto-08/08/2007 Rozana Nascimento

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